Mont Blanc Da Quinta de San Fernando.
Este belíssimo exemplar de Cão da Serra da Estrela pertence a Suzette Mota Veiga / Canil Quinta de S. Fernando, 6260-055 Manteigas.
www.estrela-dog.com
Consulte mais informação no Padrão da raça:
http://www.cbkc.org/padroes/pdf/grupo2/caodaserradaestrela.pdf
Uma raça portuguesa com certeza.
O Cão da Serra da Estrela é uma das mais antigas raças da Península Ibérica. Há quem defenda a teoria de que no tempo dos Visigodos foram sendo lentamente introduzidos, em várias partes da Europa, cães de grande porte, vindos do planalto asiático. O cão de proteção de gado era utilizado fundamentalmente em zonas montanhosas e acompanhava os pastores e rebanhos nas suas migrações anuais, para os defender dos lobos e dos assaltantes.
Deve o seu nome ao maciço central português onde este cão se fixou e se desenvolveu. A Serra da Estrela, pelo seu isolamento e dificuldade de acesso, tornou-se o solar desta raça canina.
É um cão de montanha, forte e resistente, cujo papel é o de proteger os rebanhos. Ao longo dos séculos, esta raça passou também a ser utilizada na guarda de casas e propriedades, sobretudo por ser bastante grande e emitir um som forte ao ladrar.
Devido ao seu trabalho, onde tinha de enfrentar lobos, por exemplo, e às condições climáticas adversas da serra, o Cão da Serra Estrela esteve bastante sujeito à seleção natural. Apenas os cães que sobreviviam ao frio e às lutas conseguiam reproduzir-se. O cão acompanhava os rebanhos nas subidas sazonais à serra na procura por pastagens mais verdes. Nesta zona existem alcateias, embora atualmente com população reduzida, e outros predadores de ovelhas, cabras, etc. Por vezes, a transumância era mais alargada e os pastores desciam até ao Alentejo ou subiam até ao Douro, conforme a época do ano.
O Cão da Serra da Estrela enfrentava alcateias em grupos, entre 2 a 6 indivíduos, que se asseguravam da vigilância dos rebanhos. Os cães colocam-se naturalmente nas zonas mais altas para poderem observar uma maior extensão da pastagem. Por vezes, os pastores tinham de regressar às aldeias e confiavam aos cães a guarda dos rebanhos sem supervisão.
A seleção humana foi tendo um maior papel ao longo do tempo, sobretudo quando o Cão da Serra da Estrela passou a ser exportado para zonas urbanas. Mas o maciço central, devido ao seu isolamento permitiu que o Cão da Serra da Estrela se desenvolvesse e fixasse na região. Acredita-se que as duas variedades de pelo existentes – pelo curto e pelo comprido – se devam a variações regionais.
Contrariamente ao que seria de se esperar, era na região mais quente, a zona Sul da Serra, na região de Manteigas, onde se podia encontrar mais cães de pelo comprido, enquanto que a variedade de pelo curto era mais frequente no Norte, em Seia e Gouveia. Como os pastores interferiam pouco na seleção dos cães, os cruzamentos entre estas duas variedades eram frequentes.
Em 1934 foi elaborado o estalão da raça, no qual se estabeleceu duas variedades de pelagem. A partir desta altura, o cruzamento entre as duas variedades passou a ser indesejável.
A publicação do estalão em 1966 e o reconhecimento da raça pelo FCI não veio trazer mais popularidade à raça. O declínio das alcateias era notório e os pastores podiam arriscar utilizar cães menos possantes e não puros para a guarda do rebanho. Nos anos 60 e 70, os portugueses emigraram procurando fugir da guerra, do regime e também da pobreza. O êxodo rural era outra alternativa e as zonas rurais foram particularmente afetadas por estas migrações. A população de cães da Serra da Estrela diminuiu drasticamente neste período, mas a dedicação de alguns criadores permitiu a continuação da raça.
Hoje em dia, o Cão da Serra da Estrela é bastante procurado, sobretudo a variedade de pelo comprido. Embora, fosse a variedade de pelo curto a mais numerosa no início do século passado, pois não exigia tantos cuidados com o pelo, sendo mais funcional, hoje em dia, é a variedade de pelo longo que se destaca. Sobretudo por ser mais vistoso e com um porte mais elegante. Isto fez com que os criadores se concentrassem sobretudo na variedade de pelo comprido e mesmo hoje a variedade de pelo curto é particularmente vulnerável e mais rara.
É um cão de guarda por excelência! Independente, era por vezes deixado sozinho a tomar conta do rebanho. Isto fez com que aceite a ausência do dono enquanto trabalha. Vigoroso e robusto, o Cão da Serra da Estrela é um cão territorial e dominante. Necessita de uma boa socialização e de um dono capaz de impor a sua liderança de forma consistente e recorrendo ao reforço positivo.
O Cão da Serra da Estrela não é um pastor, no sentido de ser responsável pela condução do gado. Está antes encarregado de o proteger e o acompanhar. Apesar de uma matilha poder enfrentar uma alcateia de lobos, os cães da Serra da Estrela funcionavam sobretudo como elementos dissuasores para os lobos.
Sempre alerta, o Cão da Serra da Estrela está igualmente apto para defender casas e propriedades.
Com os donos, esta raça é extremamente meiga e afetuosa. Por trás do aspecto imponente, está um cão muito dócil com as crianças da família, de quem aceita muitos abusos.
Com estranhos é reservado e seguro de si. Os donos devem apresentar todas as visitas ao cão e não devem deixá-las sozinhas com ele. Como cão de guarda, o Cão da Serra da Estrela é desconfiado em relação aos humanos que não são da casa.
Os machos não toleram outros cães do mesmo sexo. As fêmeas tendem a ser mais receptivas. Podem conviver com animais de outras espécies desde que habituados com elas desde pequenas.
Muito resistentes, esta raça está preparada para enfrentar situações climáticas adversas, tal como é o tempo que se encontra na serra.
O Cão da Serra da Estrela é um cão de grande porte, de linhas rústicas e aspecto poderoso, Molossóide, tipo mastim. A cabeça é volumosa e imponente e o crânio arredondado. Tem olhos ovais, castanhos, de expressão inteligente e serena. As orelhas são pequenas e pendentes sendo revestidas por um pelo macio. Em algumas regiões o pelo é mais comprido do que outras, como por exemplo na cauda, em volta do pescoço e na parte traseira. São admitidas apenas as cores fulvo, amarelo e lobeiro, que podem formar uma cor sólidas ou apresentar manchas brancas.
O Cão da Serra da Estrela é um cão saudável para o porte que apresenta, muito devido à forte seleção natural a que esteve exposto. Contudo existem algumas doenças típicas de animais de porte grande.
Sua expressão é calma, mas aguçada e vívida. Impondo-se notavelmente com sua, às vezes, ameaçadora desconfiança para com estranhos; por outro lado excedendo-se em sua dedicação e obediência ao seu amo.
Consulte mais informação no Padrão da raça:
http://www.cbkc.org/padroes/pdf/grupo2/caodaserradaestrela.pdf
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