sábado, 27 de maio de 2017

A Guarda Natural Por Haroldo de Azevedo Carvalho

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A Guarda Natural

Por Haroldo de Azevedo Carvalho do Canil Guardiões de São Jorge.

"O Contrário de medo é Amor" - Portões de Fogo de Steven Pressfield.

Há milhares de anos os cães acompanham a humanidade, em especial tratamos aqui daqueles utilizados para Guarda e Proteção Pessoal.

Os registros históricos indicam grandes cães utilizados pelos Assírios e Sumérios em combate em 3.200 Antes de Cristo(AC). Na Armênia, no século I AC, Tigran II, O Grande, utilizou os Gampr (raça que deu origem aos protetores de rebanho) em seu exército. O Kuvasz, que em Turko significa o "protetor", acordo com Von Stephanitz, uma autoridade alemã em todas as raças da europa central, foi trazido das estepes russas pelos hunos. A palavra Kuvasz vem da palavra sumerian Kuassa. Esta palavra foi encontrada inscrita em cuneiforme nas placas escavadas em cidades sumerianas antigas registro que tem aproximadamente 7.000 anos.

E os registros históricos de cães protegendo e combatendo passam pela roma antiga com os grandes Molossos Italianos, continuam por toda a idade média, também foram de grande valia nas batalhas com os índios da América do Sul e no Brasil, por toda a época colonial (1500 a 1882) e além (a lei áurea é de 1888) os Filas eram utilizados para controlar e caçar escravos fugitivos.

Assim, toda essa bela história dos cães protegendo territórios e lutando ao lado de homens remonta a séculos antes do adestramento moderno, cujo principal expoente é o Shutzhund (cão de Proteção em Alemão) que se iniciou na Alemanha em 1900, como forma de selecionar Pastores Alemães para trabalhos dentro ou fora de seu território, diante da necessidade de selecionar estes cães, pois já naquele tempo era perceptível que os cães estavam perdendo sua capacidade para o trabalho.

Hoje o Shutzhund é a base de todo o Adestramento Moderno Ocidental e o teste de Proteção consiste em avaliar a coragem do cão para atacar proteger a si e ao seu condutor e atacar sob comando a distância, em provas realizadas em campos de treinamento ou estádios esportivos.

O Shutzhund originalmente era um meio de seleção de cães e atualmente é um esporte com pontuação que avalia rastreamento, obediência e proteção (em que o cão perde pontos se morder o homem e não o material) , tudo isso fora do território do cão, pois os campeonatos acontecem em campos de treinos e estádios esportivos em vários lugares do mundo.

O adestrador Helmut Raiser é o mais citado pelas escolas de adestramento atuais porque em 1981 com a publicação de seu livro "Der Schutzhund" (O Shutzhund) ele revolucionou o esporte na Alemanha, porém tais mudanças só chegaram a Inglaterra e aos Estados Unidos em 1999 com a tradução de seus livros para o Inglês, por Admin Winkler.

Ou seja, o Shutzhund Atual de Helmut Raiser data de 1991 na Alemanha e de 1999 no restante da Europa e Estados Unidos, de forma que é extremamente recente, pois se fosse um humano, seria um jovem Alemão ou um adolescente Americano!!!

Essa "juventude" do Shutzhund, para mim é a principal razão da não aceitação dos alunos da escola atual de adestramento ocidental do Tradicional Conceito de Guarda Natural.

Guarda Natural é a proteção ao território e ao dono inata no Cão, comportamento que se manifesta pelo instinto protetivo que carrega em seus genes somado ao que aprende observando a sua mãe e eventual restante da Matilha, naturalmente, assim como os lobos e demais canídeos selvagens.

Sobre se tratar de uma condição gênica, vale transcrever as palavras de Ed Frawley, Criador de Pastores Alemães e Adestrador Americano, membro do Clube de Shutzhund desde 1976:

"Logo de início todos precisam entender que os drives para o trabalho de proteção são herdados. É um fator genético e não racial ou de adestramento. Em outras palavras, se o cão não tiver uma boa genética para trabalho de proteção você não conseguirá enfiar os drives nele."

De maneira semelhante é a opinião do Espanhol Marco Lobera, criador de Presa Canário e Pastor do Cáucaso que testou a guarda dezenas de cães e escreveu uma centena de textos sobre cães:

"Na minha opinião, é a desconfiança inata em algumas raças de cães, é algo que eles carregam em sua genética. Essa desconfiança pode ser aumentada ou diminuída como educação que é dada ao cão, mas ele é uma característica fundamental inata. Obviamente, essa desconfiança é aumentada se você isolar o cão e não deixar fazer contato com humanos que não sejam da família. E, obviamente, que a desconfiança diminui se você sociabiliza muito o cão, se você deixar muito contato com estranhos e permitir que eles o acariciem. Mas, essencialmente, eu acho que é um recurso que está na genética do cão. Eu vi Cáucasos que foram muito tocados desde filhotes e, no final, também lhes surgiu a desconfiança porque estava dentro. Por outro lado, tenho visto raças de cães que não são desconfiados por natureza, que foram isolados de seres humanos, e na hora da verdade , mesmo muito "provocados" nunca chegaram nem perto do nível de desconfiança de outros cães, desconfiados por natureza."

Os comportamentos Caninos, utilizados no manejo e educação dos cães, são chamados de impulsos (em inglês Drives), seguindo o Ensinamento de Ed Frawley eles são 3:

1. Drive de caça

2. Drive de defesa

3. Drive de luta

Da Leitura de Helmut Raiser e Ed Frawley, entende-se que o Drive de Defesa é divisível em 5 aspectos comportamentais, que são:

2.1 - Agressão Protetiva;
2.2 - Agressão Territorial;
2.3 - Agressão para Auto Defesa;
2.4 - Agressão para Defesa do Alimento ou da Caça;
2.5 - Evitação e Fuga (esse não se parece em nada com os 4 primeiros, conforme será demonstrado a seguir).

A Guarda Natural é baseada em duas facetas do Drive de Defesa, que são os impulsos de Agressão Protetiva e o de Agressão Territorial.

Agressão Protetiva é o impulso de proteger aos filhotes e demais membros da Matilha de qualquer tipo de ameaça , o ataque é firme e com o rabo a meia altura.

Como o nome indica, a Agressão Territorial é quando o cão sente que o seu domínio do território foi desafiado por um humano ou outro animal. Se impulsionado pela Agressão Territorial o cão ataca enfurecido e de rabo erguido.

Ed Frawley é explícito ao descrever que o Cão se comporta em Defesa quando protege o território, o seu dono e a sí mesmo.

E o próprio Helmut Raiser, que é direto ao mencionar que o Drive de Defesa não pode ser o principal impulso do cão no Shutzhund (esporte praticado fora do território do animal), em seu livro Der Shutzhund, descreve que o cão defensivo se mantém lutando quando dentro de seu território:

"Infelizmente, um cenário como este raramente se parece com o descrito, com mais frequência do que se possa crer, o cão será quem foge a não ser que algo mantenha seu interesse e o force no comportamento de defesa como: a presa, o territorialismo ou a não opção de fuga; situação à qual ele esta amarrado e não pode fugir. Isto mostra a relação antagônica entre o impulso de defesa e o comportamento de evitação."

Como a Guarda Natural dos cães é historicamente aproveitada há milênios para defesa patrimonial e pessoal e a enorme maioria das pessoas já vivenciou casos de cães mordendo pessoas e até matando ladrões, poucas afirmações no mundo podem ser mais equivocadas do que afirmar que ela não existe.

Até mesmo porque sobre a existência da Guarda Natural, comportamento protetiva do território e de sua matilha, Helmut Raiser, Ed Frawley e Marco Lobera são unânimes em a admitir, seja tácita ou expressamente, vejamos:

Helmut Raiser:

"Na prática, provocar o comportamento de defesa no cão pode ser feito da seguinte maneira: o figurante se aproxima do cão e o ameaça, resultando em comportamento agressivo de ameaça por parte do cão (rosnar, latir, morder). Neste momento o figurante foge e o cão atinge o final do objetivo de seu impulso."
...

Cães confiantes que tem alto limiar de excitação para o estímulo disparador afetando o comportamento de evitação (coragem) irão reagir mostrando comportamento de defesa mais do que o de evitação."

Ed Frawley

"O quadro que observamos de um cão não adestrado em defesa é totalmente diferente do que está em caça. Inicialmente ela demonstra insegurança. Os latidos são mais profundos e sérios. Os pêlos estão eriçados nas costas e ele estará mostrando todos os seus dentes e rosnando."

Marco Lobera

"Na desconfiança e agressividade para com estranhos, como explicado no artigo 2.10, digo que é indispensável a territorialidade no cão de guarda. E essa desconfiança e territorialidade tem em boa proporção naturalmente no bom Cáucaso. Saliento que no bom Cáucaso, porque há também muitos exemplares ruins que nem desconfiam ou são territoriais. Esta desconfiança é variável em grau ou idade em que ela aparece, mas é inata em um bom Cáucaso e deve sempre existir em um adulto."

É de suma importância diferenciar a desconfiança dos cães que apresentam Guarda Natural de insegurança e do medo, comportamentos inerentes a evitação e a fuga, conforme bem explica Ed Frawley:

"Se alto drive de defesa fosse ruim, não existiria fila brasileiro de qualidade, e os rotts antigos teriam sido cães sem qualidades, e que atacariam por medo. Quem já viu aqueles cães atacarem nunca irá se esquecer. E medo era a última coisa que eles sentiam.
...

- Dilatação das pupilas: as pupilas se dilatam para aumentar a claridade sobre a retina e também para aumentar o campo visual. A atenção do cão está mais dirigida à vigilância do que à tenacidade. Vigilância alta é característica das presas e de quem precisa fugir. Por isso, os herbívoros têm os olhos do lado da cabeça, para aumentar o campo visual e a vigilância. Tenacidade é característico de quem quer atacar, por isso, os predadores têm os dois olhos na frente da cabeça para ter melhor noção de profundidade e se concentrar melhor no ataque.

- Cauda baixa: a cauda baixa visa proteger os genitais. É uma atitude típica de defesa. - Pêlos eriçados: o cão procura assim aumentar sua silhueta, parecendo maior para espantar o inimigo.

- Latir grosso: da mesma forma, o cão procura mimetizar um cão maior de latido mais grave.

Em verdade, este animal está demonstrando um prenúncio de fuga. Está dando uma última cartada para tentar "sair por cima", tentando assustar mais seu adversário do que este o assusta. Se não conseguir, irá fugir. Não é questão de "se", mas de "quando". MAS, A SITUAÇÃO ACIMA NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM A SITUAÇÃO DE O CÃO TER UM ALTO DRIVE DE DEFESA.

Os sinais expostos anteriormente não são sinais de alto drive de defesa, mas sinais de um prenúncio para a fuga. POR ISSO, NÃO PODEM SER CONFUNDIDOS SINAIS DE FUGA COM ALTO DRIVE DE DEFESA. UM CÃO COM ALTO DRIVE DE DEFESA NÃO IRÁ DEMONSTRAR NADA DISSO. MUITO PELO CONTRÁRIO. IRÁ ATACAR FIRMEMENTE COMO UMA LEOA QUE DEFENDE SUA PROLE."

Nos dias atuais, infelizmente, poucos cães são Guardiões Naturais Eficazes, isso ocorre por 3 razões principais:

- As Duas Grandes Guerras quase que dizimaram diversas raças caninas e para reconstrução das mesmas foram utilizadas outras raças sem função de defesa patrimonial. Excetuando desse fator as raças de cães utilizadas pelos exércitos e aquelas dos países que não foram palcos das batalhas;

- A seleção para exposição, que escolhe os mais sociáveis para reprodução, além de priorizar beleza em detrimento do temperamento mesmo nas raças ditas de guarda;

- Os esportes, que hoje são muito diferentes do início, pois como ocorre no Jiu Jitsu, a regra de pontuação distancia as competições da efetividade real, o que nos cães reflete na sua seleção, que prioriza cães de temperamento mais brando, portanto muito mais obedientes, sem instinto protetivo e que enxergam as situações apresentadas nas provas como brincadeira, de modo a jamais buscar morder fora da manga.

O objetivo final do Guarda Natural é proteger o seu território e a sua família, assim considero simplista dizer que o cão defensor pretende apenas que o oponente fuja, óbvio que vencer sem lutar é a vitória perfeita (Sun Tzu), porém, se o oponente não foge, o verdadeiro Guardião Natural irá lutar até que ele mesmo ou o inimigo morra.

O teste é a única maneira de saber se um cão é um Guarda Natural eficaz, do mesmo modo que também é a exclusiva maneira de saber se o cão treinado para proteção funciona em uma situação real.

O Guarda Natural pode ser treinado para defender o seus donos e seu território? 

Pode sim! Muito provavelmente o será de maneira diferente do cão que é mais impulsionado pelo drive de caça ou treinado desde filhote. Porém o treino preparará o cão para situações muito mais complexas do que as que ele está preparado naturalmente para enfrentar. 

Por isso, EU SOU A FAVOR E DEFENSOR DO ADESTRAMENTO COM ADESTRADORES FOCADOS EM SITUAÇÕES REAIS!!!

O percentual de cães de guarda com Guarda Natural Eficaz deve ser realmente baixo, pelos motivos elencados acima, porém em determinadas raças Marco Lobera defende o percentual de 30% e, ainda, de 75 a 80% nos casos de filhotes de pai e mãe que foram aprovados no teste de invasão:

"Portanto, muda totalmente a compra de um Cáucaso em que não se sabe nada dos pais, ou estes não terem comprovado a sua eficácia, de comprar um caucasiano linhas de elite e que os pais testados tenham demonstrado a sua eficácia. Se você comprar um Cáucaso cujos pais foram aprovados para o trabalho, a possibilidade do seu cão passar no teste contra humanos pode superar a probabilidade de 75-80%, especialmente em se tratando dos exemplares machos."

Guarda Natural é rara e portanto valiosa, assim, tal qual tudo dessa ordem, deve ser preservado por meio de testes, seleção e adestramento, ainda que da forma antiga que é o indicado para os cães naturalmente desconfiados, como faz a Escola Ares, mas é essencial que os criadores adquiram a cultura cinófila de aprovação mínima em testes variados como qualificação para reprodução que já existe no Pastor Alemão e no Pastor do Cáucaso na Espanha.

Na foto o Odin, Pastor do Cáucaso de 30 meses, testado e adestrado para proteção por Ricardo Adestrador, Daniel Albuquerque e o EdCarlos da Pires.

Fontes:

Livro Der Schurzhund de Helmut Raiser;
Site Território PresOvcharka de Março Lobera;
Texto de Ed Frawley;
Padrão CBKC do Pastor do Cáucaso;
Site Kuvasz Rio do Átila Gandra;

Link da postagem original:

domingo, 21 de maio de 2017

Il Cane di Fonni - Cane fonnese - Pastore fonnese



 《Pastore Fonnese》

Origem Fonni, Sardenha, Itália. 

Outros nomes Pastore Fonnesu, Cani Sardu Antigu, Cane de Accappiu. 

É uma raça rara da Sardenha, nascido na aldeia de Fonni, o Cane Fonnese ou Pastor Fonnese, também chamado de “ane ‘e accappiu” (cão de corrente ou cão de guarda), é o resultado de seleções antigas e repetidas entre galgos e mastins.

A hipótese mais aceita é que seja descendente de antigos mastins de guerra do cônsul romano Mark Pomponio Matone que foram supostamente cruzados com cães barbudos locais e cães de caça. 

Outra hipótese indica duas outras raças raras da origem do Cane Fonnesi: o cão Bonorva, um animal dado como extinto mas alguns identificados no Dogo Sardesco, e galgos nativos, e o Fonnesi seria o resultado destas duas.

Com raízes no antigo Sylvan, assim como nos Assírios, Persas e Molossos Gregos, os Mastins fonneses originais foram usados ​​em campanhas de guerra na África, para proteção pessoal e ​​também tradicionalmente usados como guardas e pastores do gado. 

Depois que aqueles cães de guerra originais foram integrados na população local de pastores e na exploração agrícola da Sardenha, a forma atual do Pastor Fonnese permanece praticamente inalterada por quase 2000 anos, graças ao relativo isolamento de sua região e a falta de vontade de seus criadores de vender seus filhotes para fora de seu local de origem. 

Embora haja alguma confusão a respeito destes cães, é seguro dizer que não é o mesmo Dogo Sardo, Há também uma variedade separada do Pastore Fonnese, que é um resultado do cruzamento entre o Dogo Sardo com o Pastor Fonnese e conhecido como o Mastino Fonnese, mas é às vezes equivocadamente relacionado ao nome de Dogo Sardo, criando ainda mais confusão. 

As histórias sobre a sua formação são impressionantes. Dotado de ferocidade, ótimo olfato e audição apuradíssima, o cão Fonnese merece a fama de cão de guerra, e foi,  em particular, em 1911-1912, utilizado pelo Exército Real durante a Guerra da Líbia.

O Cane Fonnese tem origens realmente muito antigas, fala-se que o povo fenício já utilizava o cão como condutor ou pastor de ovelhas, em estreito contato com o homem, reunia as ovelhas dispersas, conduzia para o pasto e trazia de volta para a ordenha. Também os cartagineses utilizavam no passado, e há rumores de que na época dos romanos, o pastor Fonnese já estava presente. 

O genoma do Cane Fonnese, um grande trabalhador, reflete a história da população da Sardenha. É um cão robusto de longa duração, cujos antepassados, vêm das mesmas áreas geográficas cruzadas pelas migrações humanas para a Sardenha. Para reconstruir a história do Fonnese e sua filogenia um grupo de pesquisadores foram liderados pela geneticista Elaine Ostrander do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI). 

O isolamento geográfico e genético dos sardos sempre atrai a atenção dos cientistas: a baixa diversidade genética e poucas variáveis ​​facilitam o estudo da influência dos genes nas doenças e no envelhecimento. Por esta razão, mesmo os cães fonnesi, nativos e endêmicos da Sardenha, poderiam ajudar a isolar os genes que afetam o comportamento ou os genes responsáveis do câncer em cães, pelo que algumas raças como os boxers e os boiadeiros de Berna têm predisposição.

Os criadores nunca selecionaram o Fonnesi pela sua aparência, mas pela capacidade de executar uma tarefa muito específica, a de guarda. Os vários espécimes são muito diferentes em cor e tipo de pelagem, mas compartilham proporções de corpo e olhos muito especiais, redondos de cor âmbar, que estão sempre envolvidos em uma aparência sombria. 

O Pastore Fonnese é um cão de trabalho robusto e poderoso, valorizado por sua resiliência e personalidade firme. Este é um cão inteligente e intuitivo, completamente dedicado ao seu dono, mas muito desconfiado com estranhos e agressivo com outros cães. 

Devido à sua natureza independente e atitude excessivamente protetora, o Pastor Fonnese raramente é visto em ambientes urbanos, mas nos últimos anos tem havido relatos de esforços para padronizar e promover a raça em sua terra natal. 

O cão Fonnese é mencionado na 'obra de Emanuele Domenech 'Pastores e bandidos', de Salvatore Saba nell'Itinerario- Guia Histórico e Ilha de Estatística da Sardenha, o jesuíta Antonio Bresciano Ópera 'trajes e costumes da ilha da Sardenha' 1861, na publicação "a quadrúpedes di Sardegna" de 1774, Padre Francesco Cetti escreve sobre "Sardenha pode", assim chamado porque é muito comum na ilha. 

Atualmente a única associação que oficializa a referência da raça é A.A.C.F. (ASSOCIAZIONE AMATORI CANE FONNESE), sob a forma de uma associação sem fins lucrativos, 

A A.A.C.F. visa o trabalho no reconhecimento oficial da FCI, bem como no melhoramento genético das populações, no estudo, na valorização, no aumento e na utilização da raça Cane Fonnese, realizando também as tarefas de investigação e verificação confiadas pela "ENCI" e proporcionando o apoio técnico necessário à Comissão Técnica Central prevista no Disciplinary Book of Genealogicals.

Para o efeito, A.A.C.F. Fornecerá regularmente à ENCI um relatório sobre a situação da raça, juntamente com os objetivos de seleção que tenciona prosseguir e os resultados obtidos.

Nos últimos anos, graças a um trabalho em profundidade realizado pela A.A.C.F. F, foi montado um conjunto de estudos em toda a Sardenha que procurou os espécimes mais típicos. "Os cães foram catalogados, medidos, fotografados, filmados e sangue doado para testes de DNA - diz Raffaella Cocco, presidente da associação - Os resultados da pesquisa nos dizem que o cão tem precisos morfológicos, comportamentais e genéticos que diferem das outras raças".

É uma raça Sardenha generalizada nativa desde tempos imemoriais em todo Sardenha. E 'foi oficialmente reconhecida em 2013. 

A altura média é de cerca de 55 a 60 cm, mas existem cães maiores. A proposta de padrão para o Cane Fonesse estabelece de 56 a 60 cm para os machos e 52 a 56 cm para as fêmeas, com uma tolerância de +/- 4 cm. O peso ideal para os machos é de 29 a 35 kg e para as fêmeas de 25 a 30 kg. 



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sábado, 20 de maio de 2017

Il Mastino Napoletano - Neapolitan Mastiff

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 《MASTIM NAPOLITANO》

Na Itália é conhecido como Mastino Napoletano, traduzido para o português como Mastim Napolitano. Nos Estados Unidos o tratam de Neopolitan Mastiff, na França de Mastim a Nâmples, na Espanha de Mastín Napolitano. Para alguns entendidos, eles poderiam ser descendentes diretos dos Molossos tão apreciados pelos gregos e pelos romanos.

Diversos livros documentam que ele descende do Dogue do Tibete através dos grandes Molossos romanos descritos pelo agrônomo Columela no século I. O Molosso Romano, um cão utilizado pelas tropas romanas em sua conquista do mundo, foi difundido por toda a Europa pelas legiões de Roma, com as quais ele combateu. Também foi utilizado para os jogos de circo, onde combatia nas arenas. Gerou várias raças de mastins dos outros países europeus. Sobreviveu durante longos séculos, principalmente graças à introdução de sangue novo dos Dogues espanhóis. Em 1947 foi novamente selecionado. É citado em alguns livros como um dos cães mais antigos da Europa. 

Existem correntes de cinófilos que tentam esclarecer a origem do Mastim Napolitano. Alguns acreditam que a raça seja descendente direto dos molossos romanos, usados pelos exércitos romanos nas guerras contra seus inimigos. Os primeiros Mastins ou Mastiffs asiáticos teriam sido trazidos à Grécia por Alexandre, o Grande, levados para Roma, utilizados exaustivamente em combates e guarda pelos romanos.

Há alguns registros de sua passagem por terras britânicas seguindo os exércitos de Júlio César que rapidamente descobriu nesta corpulenta e imponente raça, a sua bravura e espírito de combate. Ao longo dos tempos foi sendo apurada tendo a sua evolução marcante na Grã-Bretanha onde também reivindicam a origem desta raça. Afirmam que a raça tenha sido originada do cruzamento entre os molossos romanos e os Pugnaces Britanniae, trazidos da Inglaterra pelos soldados romanos.

Outra teoria diz que os ancestrais do Mastim Napolitano chegaram à Inglaterra trazido ao Mediterrâneo em navios fenícios, há milênios e de lá se espalharam pela Europa. 

Além destas probabilidades, há de se considerar que estes possam ter sido transportados pelos Fenícios até as costas da Itália, isto em tempos remotíssimos. Dentro desta hipótese, prevalecem as teorias que dizem que os Mastins sejam mais velhos que os Mastiffs. Assim, o Mastim teria primeiramente se espalhado pela região onde fica a Itália para depois ser exportado para a Ilha Britânica. 

Estas suposições têm em comum a crença de que o progenitor do Mastim seria um cão de características molossóides que viveu no Tibete. Por outro lado, muitos estudiosos discordam desta linha de raciocínio e investigam o passado do Mastim em cães europeus. 

Os egípcios nutriam grande admiração por este tipo de animal. Alexandre o Grande e mais tarde Xerxes foram proprietários de Mastins. Mais uma vez citando os conhecidos Fenícios, estes em suas maratonas marítimas transportaram muitos destes animais também para a Pérsia, Assíria, Índia e Himalaia. Mais tarde, os romanos simpatizaram com este elementos e passaram a utiliza-los nas arenas para participarem de sangrentos combates com leões ou mesmo para trucidar cristãos. Aproximadamente entre o período de 200 A.C. até 400 anos mais tarde, este animal passou a ser denominado de Molosser. Este animal, além de servir na função acima citada, também era utilizado em lutas contra outros Mastins e foram por longos anos utilizados nas guerras.Muitos foram os imperadores que tiveram um deste elementos junto a eles durante as suas campanhas guerreiras. Este cão era devidamente treinado e ensinado a dar combate a guerreiros, de tal forma que, quando ele atacava uma divisão inimiga, espalhava o terror e a destruição.

Além de possuir todo aquele corpo avantajado e pesado, costumavam colocar-lhes coleiras com pontas de ferro para ferir os inimigos. Inúmeras condecorações foram concedidas a família Mastim ao longo dos séculos. Entre várias batalhas em que este animal foi empregado, temos a citar por exemplo a invasão da Helvetia pela legiões romanas. Uma delas teria ocorrido por volta de um século A.C. A segunda guerra em que também participou este animal foi alguns séculos D.C. É evidente que neste período ele participou de muitas outras batalhas.

Entre todas as obras atuais existentes, aquela que trata com maior referência é a do Prof. Felice Cesarino "Il Molosso, Viaggio intorno al Mastino Napoletano” , editado pela Editora Fausto Fiorentino em 1995. Sem voltarmos para épocas mais remotas , existem notícias que os Sumérios se dedicavam à criação de cães de grande porte e potência que eram utilizados em combates contra os inimigos ou em caçadas contra os grandes mamíferos como os leões. Suas características principais eram: cabeça possante e volumosa, com focinho curto e de grande potência; membros fortes e possantes, suportados por uma ossatura de grande tamanho; tronco forte e sólido de tamanho muito impressionante. Este tipo de cão, de muita potência, devia encontrar suas origens mais remotas seguramente no Mastin do Tibet , que é o progenitor de todos os molossoides. Afirmação esta atestada por todos os grandes estudiosos da área.

Os Sumérios, povo tão misterioso e ao mesmo tempo tão culto e evoluído, em suas migrações haveriam levado para a Mesopotâmia esta raça, que sucessivamente tiveram na região entre os rios Tigre e Eufrates tanta sorte e consideração para encontrar representações em diversos achados arqueológicos expostos hoje nos mais importantes museus do mundo. É sabido que na Mesopotâmia , 2000 anos antes de Cristo, existiam grandes centros habitados nas quais eram criados estes grandes cães, utilizados sobretudo para defender a propriedade e também rebanhos dos ataques de leões que estavam presentes nesta época em todas estas regiões.

É óbvio portanto o interesse dos artistas da época por este cão que por suas ações entravam nas lendas populares. É desta época portanto que são feitas as primeiras representações históricas artísticas de arte Mesopotâmia que testemunham a presença destes cães.

As terracotas, já mencionadas, do Metropolitan Museum de Nova Iorque e outra do Museum of Art de Chicago representam com impressionante semelhança um cão muito próximo ao Mastim Napolitano.

Para se dar conta melhor das proporções e da potência destes cães, basta observar a terracota Assíria , mais nova que as precedentes, provenientes do IX século A.C. e conservada no British Museum of London que representa um cão conduzido pela coleira por seu proprietário. Esta obra, de excepcional interesse histórico e artístico (por isso é mencionada nos mais importantes textos científicos) nos permite ter algumas medidas ainda mais certas e precisas destes grandes molossos do passado. Primeiro de tudo: o tamanho na cernelha atinge a cintura de seu condutor, e portanto não devia ser inferior aos 80 cm; a cabeça, de grande volume e rica em ruga, com orelhas integras e inserção alta; a barbela é muito desenvolvida e começa das brânquias da mandíbula para acabar ao redor da metade do pescoço ; finalmente o tronco: ele é de grandíssima potência e de grande massa, é mais longo que a altura na cernelha e é sustentado por membros de ossatura muito potente com importantes diâmetros transversais.

Mas retornando à história, partindo da Mesopotâmia, estes cães foram erradicados certamente seguidos pela migração ou das guerras através do ocidente seguindo três diretrizes: uma mais ao norte, através da Grécia, da Macedônia e Albânia; uma mais ao sul através do Egito e da Líbia; e a terceira através da costa mais oriental da Bacia do Mediterrâneo, naquela que era a terra dos Fenícios. Esta seria uma passagem fundamental para o crescimento e expansão da raça em toda a Europa, e em particular na Itália.

Cães assim poderosos eram freqüentemente objetos de presentes entre os poderosos da época.

Alessandro Magno era orgulhoso de seus molossos, que lhes foram presenteados por um Rei, e o cônsul romano Paolo Emilio vitorioso com suas legiões nas regiões da Molossia levou para Roma alguns destes grandes cães para mostrar ao povo. O mesmo Júlio César, por volta da metade do primeiro século A.C., em sua campanha pela conquista da Britania, achou pela frente às próprias legiões de cães de grandíssimo porte e de grande coragem muito parecido com aqueles descritos, e que ele mesmo definiu como "Pugnaces Britanniae“.

Não é fácil chegar-se a uma conclusão a respeito dos verdadeiros caminhos trilhados pelo Mastim Napolitano até assumir as formas e a estabilidade de que ele desfruta em nossos dias. De maneira geral, todas as correntes acreditam que o Mastim colaborou para a constituição de muitas outras variedades de molossos, como o Cane Corso, o Rottweiler e o São Bernardo. 

Durante a II Grande Guerra Mundial, a fome se abateu sobre todos e não havia alimentação suficiente para o pesado mastim, que quase se extinguiu, sendo recuperando recentemente a sua presença no mundo cinológico. 

O Mastim manteve suas características desenvolvidas na região da Campânia, cuja capital é Nápoles. Conservou-se ao longo de vários séculos na região de Nápoles e arredores. O nome Mastim Napolitano surgiu em 1947, quando a raça passou a ser resselecionada. Em 1949, foi reconhecida oficialmente na Itália. 

Apesar da antigüidade, o mastim napolitano só foi reconhecido oficialmente como raça bem mais recentemente e esse feito deveu-se, especialmente, ao trabalho de seleção do escritor Piero Scanziani, que interessou-se pelos cães apresentados na 1ª Exposição Canina em Nápoles, onde ressurgiram oito belos espécimes da raça. Foi Piero quem iniciou um trabalho de seleção e em 1949, e conseguiu junto ao E.N.C.I. (Ente Nazionale Cinofilo Italiano) o reconhecimento oficial da raça, cujo padrão definitivo foi fixado apenas em 1971.

O seu tamanho colossal é a grande característica diferenciadora desta raça. A altura até a cernelha (junção do pescoço com o tronco do cão) é de 77 cm. Nasce com cerca de 500g e aos dois meses tem já uns surpreendentes 12kg, atingindo o seu auge físico aos 3 anos de idade, quando pode chegar a pesar até 85 quilos. O peso dos mastins depende, entre outros fatores, da zona de origem dos seus ascendentes. Em determinadas zonas da Itália, um mastino pode facilmente atingir próximo dos 100 kg de peso. 

A palavra mastim, em latim massivus , significa maciço. É uma boa descrição para este cão de grande porte, colossal e imponente. A sua cabeça é grande e maciça. O Mastim Napolitano tem nada mais nada menos que a maior cabeça da espécie canina. Seu aspecto é tão peculiar que é considerada a característica mais importante na raça. O crânio é extremamente largo e achatado entre as orelhas. O focinho muito grosso e curto colabora ainda mais para a aparência gigante. Sem falar das rugas abundantes e da pele solta ao redor do pescoço (barbelas), que lhe dão um ar feroz e primitivo. No meio de tantas rugas, há uma que é considerada marca registrada e um bom exemplar em tê-la: é aquela que sai da altura dos olhos e vai até o canto da boca, formando uma expressão para lá de carrancuda.

É apresentado nas cores cinza, cinza-chumbo e preto, com algumas pequenas manchas brancas no centro do antepeito e na ponta dos dedos como também, mogno, fulvo e fulvo avermelhado (cervo). No entanto, mancha branca no focinho é um fator de desqualificação.

Apesar do seu aspecto rude e colossal, o Mastim é um cão pacífico, bastante dócil, corajoso e fiel ao dono. Demonstra uma devoção extrema ao seu proprietário.







Mastino napoletano in una foto degli anni 50



























Fontes: 
Enciclopédia do Cão - Royal Canin

domingo, 14 de maio de 2017

Il Cane Corso - O Cane Corso Italiano

Cane Corso Security System, helps defend your family against the threat of home invasion, burglary, forced entry, violence, and more.

 《IL CANE CORSO》

O Cane Corso é um antiquíssimo molosso italiano, que nos leva ao tempo do Império Romano. Segundo o breve resumo histórico do padrão da raça, o seu nome vem do latim “cohors” que significa “protetor, guardião da fazenda”. 

É uma raça extremamente valorizada em seu país como cão de companhia, de guarda e de caça. Sua origem, bem como a de outras raças, é antiga e imprecisa, mas alguns historiadores afirmam ser descendente direto dos Canix Pugnax, antigos molossos utilizados pelos Romanos em atividades de guerra. O “Canis Pugnax” romano por sua vez, descende do Mastim Tibetano, provavelmente trazido por Aníbal à península Itálica. 

Mesmo excluindo a priori que o nome indique a origem geográfica da raça, a etimologia da expressão “corso” é controversa. Alguns afirmam que a palavra venha do latim ‘cohors' que significa protetor, guarda (por exemplo “praetoria cohors" é a guarda do corpo do general e ainda hoje no Vaticano existe a Cohors Elvetica, ou Guarda Suíça). 

"Cane" em italiano significa "cão", e deriva do latim "canis"; "Corso" pode significar "natural de Córsega". Córsega é uma ilha situada no mar mediterrâneo, bem próxima á Itália. 

Canis Pugnaces em Latim significa "Cão de guerra"; "cão de combate". Antigamente estavam presente em todas as partes da Itália. Num passado recente, a sua distribuição foi limitada a algumas regiões do Sul da Itália, especialmente à Basilicata, Campânia e Puglia. 

Corso na palavra grega Kortòs, indica o quintal, o recinto e da qual deriva a palavra cohors, que indicaria portanto o cão colocado como guarda do recinto. Esta hipótese, se verdadeira, nos leva à Magna Grécia (região que compreendia o sul da Itália, sob o império grego) e à sugestiva origem oriental dos molossos. 

Outros buscam a origem de 'Corso' em uma antiga expressão de influência céltica que indicava força, potência. Esta última hipótese é igualmente plausível, visto que ainda hoje se encontra em algumas palavras como 'corsiero' (cavalo robusto de batalha usado na idade média), no inglês 'coarse' (rústico) e finalmente em alguns dialetos do sul da Itália onde 'Corso' ou 'Còrs' significa robusto ou altivo. 

A sua criação organizada só deu-se em meados da década de 1980, sendo reconhecida internacionalmente a partir da década seguinte. 

O Cane Corso é um cão de captura usado com bovinos e suínos, e também na caça de javalis. Eram utilizados para guardar propriedades e gado, e alguns continuam a ser utilizados para este propósito hoje em dia. 

Historicamente têm sido também utilizados por guardas noturnos, vigilantes e, no passado, por carroceiros como condutores de gado. Num passado mais distante, esta raça era comum por toda a Itália. 

A difusão do Cane Corso após a Segunda Guerra Mundial foi drasticamente redimensionada. Após a industrialização, a agricultura e a pecuária sofreram uma grande modernização, que reduziu alguns dos usos tradicionais da raça. O número de animais selvagens diminuiu e a utilização de armas aumentou. 

Com a mudança de vida nas zonas rurais do sul de Itália no século XX, o Corso começou a tornar-se raro. O risco de extinção que este cão sofreu foi causado por causa do abandono das terras pelos camponeses, pois é uma raça com origens muito antigas ligadas às tradições rurais e ao serviço do homem nas tarefas rurais e cuidados com os animais. 

A situação da sobrevivência do Cane Corso no início dos anos 70 foi preocupante. Naquele momento a quantidade de cães foi reduzida a um número modesto, nem mesmo levada em consideração pelos criadores oficiais de cães, apesar de terem tido importantes indicações dos amantes do cão. A raça foi salva graças à sua perseverança e graças a algumas pessoas que mantiveram vivos os poucos cães que tinham. 

No final dos anos 70, quando só existiam apenas alguns exemplares, um grupo de entusiastas começou a recuperar de forma planejada para trazer a raça de volta, a partir da sua quase extinção. 

Em 1976 o Dr. Breber escreveu para a revista do Kennel Clube Italiano alertando a sociedade e cinófilos do perigo da extinção de tão tradicional raça. Com este apelo, outros amantes da raça se sensibilizaram e em 1983 formaram a Società Amatori Cane Corso (S.A.C.C.), para propagar a raça perante o público mundial e os juízes de campeonatos. Como o interesse maior era no temperamento do cão, os criadores acabaram formando um plantel italiano com diferentes características físicas. Para englobar todos esses cães como Cane Corso "legítimo", em 1987, o primeiro padrão oficial da raça foi publicado pelo Kennel Clube Italiano. 

Com a recuperação e a seleção precisa de espécimes típicos, houve uma explosão da reprodução de cães rústicos, atléticos, valentes e resistentes. 

O homem se aglomerando em áreas estáveis, ​​aumentou a necessidade de ter instrumentos capazes de defesa pessoal, sobrevivência e, ao mesmo tempo, elementos funcionais para controlar o ambiente, e o Cane Corso representava uma capacidade disponível para ajudar na sobrevivência do homem. 

Conseqüentemente algumas pessoas começaram a realizar cruzamentos seletivos com espécimes que deveriam melhorar a qualidade e capacidade de sobrevivência do Cane Corso. E as suas habilidades para a vigilância e inclinação para perceber perigos iminentes foram características primárias para o homem. Foi por esta razão que a seleção gerou o primeiro Cane Corso para guarda de propriedade. O Cane Corso também se mostrou essencial para defender e recolher o gado (vacas, ovelhas e outros), um importante serviço que estimulou os cruzamentos seletivos e o nascimento do Cane Corso utilizado no pastoreio. 

Por sua capacidade olfativa e seu dinamismo o homem buscou selecioná-los para meios rentáveis. Os espécimes introduzidos nas tarefas de caça mostraram um temperamento e coragem notáveis ​​(atacar e imobilizar a presa com a única força de sua mordida no pescoço do animal, sem a ajuda de qualquer arma). 

O Cane Corso tinha de demonstrar capacidades especiais e aptidões nas tarefas dadas e, ao mesmo tempo, como qualquer cão doméstico, tinha de garantir uma parceria com o homem e uma estreita união com ele. 

Em 1994, a raça foi totalmente aceita pelo Italian Kennel Club (ENCI)" como a 14ª raça de cães italiana. 

Em 1996 a criação italiana alcançou uma homogeneidade desejada e a raça foi reconhecida internacionalmente pela Federation Cinelogique International (FCI) em 1997, com o reconhecimento provisório, sendo totalmente reconhecido internacionalmente 10 anos depois. 

Nos EUA, o American Kennel Club reconheceu o Cane Corso em 2010. A popularidade da raça continua a crescer, classificado em 50º lugar nos Estados Unidos em 2013, dando um salto do 60º lugar alcançado em 2012. 

As capacidades e a destreza natural do Cane Corso estimularam os objetivos seletivos deste cão a ser usado na guarda, no pastoreio e na caça. Hoje, esses objetivos permanecem bem definidos, além de ser um cão harmônico quanto à sua forma, e de um aspecto muito atraente. 

Fisicamente, pode chegar a pesar 50 kg e medir 68 cm na altura da cernelha, com uma tolerância de 2 cm para mais ou para menos. 

O texto abaixo, assim como as imagens a seguir é do CANIL FAUZIBULLS, em breve CANIL CAVE CANE, com o novo nome do canil adotado exclusivamente para a raça Cane corso. 

Il Cane Corso – Origem.

O Cane Corso é um dos cães nativos da Itália do tipo mastif que descende de um antigo molosso romano chamado "Canis Pugnax”. Tanto ele quanto o Mastim Napolitano são os legítimos herdeiros desse lendário cão de guerra.


Escultura onde aparece um molosso - fêmea - inspirada em cães da região da antiga Mesopotâmia. 


Molosso com porte atlético e vigoroso usado em guerra. 

O Cane Corso é a versão mais leve desse molosso, adequado à caça ou ao trabalho nas fazendas. Resistente, forte, atlético e de temperamento vigoroso, pronto para enfrentar qualquer desafio. Por outro lado, o Mastim Napolitano é a versão pesada oriunda dessa mesma fonte genética.

O uso original do Cane Corso foi nas fazendas da região centro - sul da Itália. Nestas áreas foi utilizado diariamente, valorizado e apreciado como guardião e defensor das propriedades rurais, mas também como coadjuvante em busca de grandes caças, javalis principalmente. 

De 1920-1940 foram os anos de recuperação. Com o retorno ao interesse na terra, criadouros retornam o crescimento e o Cane Corso volta para preencher sua antiga função. 

O Cane Corso novamente torna-se comum na Itália. O número de cães era notável e os agricultores possuíam um abundante material genético a ser utilizado para obter animais que melhor se adequassem às suas necessidades. 

Com a chegada da II Guerra Mundial, tudo para. Além das tragédias vindas com a guerra, a crise agrícola foi acentuada em consequência de novas leis de uso da terra e o início da era industrial. 

Na década de 1951 a 1961 muitas fazendas cessaram produção e a população do sul da Itália decresceu em cerca de 20%. O Cane Corso atingiu o seu ponto de maior decadência, cercado por desinteresse e negligência da população rural que, na ocasião, era influenciada pelo crescimento industrial. 

No entanto, por paixão ou necessidade, algumas poucas fazendas preservaram indivíduos da raça. A partir destas pequenas ilhas de resistência foi que os pesquisadores começaram a selecionar, durante décadas, exemplares para definição do padrão do Cane Corso Italiano que tinha por base características morfológicas e utilidade. Neste trabalho, Gandolfi , Malavasi e Sereni foram os pesquisadores de maior destaque. Eles contribuíram para a fundação da S.A.C.C. ( Societá Amatori Cane Corso) e orientação ENCI com seus especialistas e seus juízes. 

Os primeiros contatos com os remanescentes da raça datam do final da década de 1970, na região da Puglia, no Sul da Itália. O foco inicial dos pesquisadores ( Paolo Breber, Gandolfi e os irmãos Malavasi) foi em seis exemplares ( dois machos e quatro fêmeas), nascidos em ninhadas de 1975 e 1978, todos de médio a grande porte. 

Os exemplares apresentavam porte atlético, com estrutura molossóide, mas totalmente diferente do Mastim Napolitano. Estes exemplares, muito semelhantes em estrutura, diferenciavam-se em dois tipos em relação à morfologia de cabeça.


Brina - filha de Aliot di Ortanova e Mirak


Tipsi - filha de Picciut e Brina


Tappo.

Em comum, todos estes cães tinham crânio facial ligeiramente convergente. 

Etapas da recuperação da raça: 

Muitas foram as dificuldades práticas na recuperação da raça, dentre elas destaca-se a falta de envolvimento dos proprietários os quais tinham sido atribuídos os indivíduos nascidos nas duas primeiras ninhadas produzidas por Breber, a heterogeneidade dos indivíduos nascidos e uma falta de cultura cinófila. 

Somente duas fêmeas, Tipsi e Frost estavam sob controle direto dos envolvidos na recuperação. Entretanto, alguns indivíduos, em especial alguns machos, já estavam ficando idosos. 

Nesse contexto os irmão Malavasi cederam o espaço do canil deles para abrigar e supervisionar os acasalamentos seguintes que seguiram a filosofia de seleção cinófila. 

Entre finais de 1979 e janeiro de 1980, os três primeiros resultados saíram com o uso das fêmeas Alma, Tipsi e Frost juntamente com Dauno um macho negro nascido na primeira ninhada de Paolo Breber usando Mirak e Aliot. 


Dauno - Filho de Aliot di Ortanova e Mirak

Os primeiros exemplares de Cane Corso da modernidade surgiram de cruzas consanguíneas com o objetivo de estabelecer as características do tipo e estrutura.

Os grandes destaques dessa seleção foram Basir e sua irmã Babak, escolhidos como modelos das características masculinas e femininas para padronização morfológica da raça, respectivamente. 



Basir, filho de Dauno e Tpsi – modelo para padronização masculina da raça.


Babak, filha de Dauno e Tpsi – modelo para padronização feminina da raça.

O renascimento e reconhecimento da raça. 

O dia 18 de outubro de 1983 foi um dia histórico para o Cane Corso. Pela primeira vez, um pequeno grupo de entusiastas da raça reuniu-se com os seus cães. Os 12 espécimes adultos encontrados foram analisados ​​e medidos com precisão pelo Dr. João Ventura, veterinário, criador e juiz ENCI (Ente Nazionale della Cinofilia Italia Italiana). 

Quase todos os indivíduos eram leve prognatas, tinha o crânio facial ligeiramente convergente, e pesavam em média 47 kg, os machos e, 38 kg, as fêmeas. As cores eram, em sua maior parte, preto, tigrado, fulvo e cinza. Todos os cães tinham um porte atlético e seco, a cabeça era quadrada e maciça (Gandolfi). 

No mesmo ano, os principais defensores da recuperação formaram um clube da raça para o Cane Corso, a Societá Amatori Cane Corso, que existe até os dias atuais. 

Em finais da década de 1980 várias excursões ao sul da Itália, reuniões com amantes da raça e juízes simpatizantes formalizaram um maior número de exemplares da raça com medições morfológicas baseadas em Basir e Babak. Tais medições evoluíram para a formação do protótipo do padrão oficial do Cane Corso Italiano. 

Em finais de 1993, quase uma centena de Canes foram apresentados em prova com presença de vários juízes ENCI. Diante do parecer favorável dos juízes, em 1994 o Cane Corso recebe o reconhecimento oficial ENCI e se tornou a 14ª raça italiana de cães. Em 1996 a raça recebe reconhecimento pela FCI (Federação Cinológica Internacional). 

Texto adaptado de: Il Cane Corso – Casolino & Gandolfi - Mursia por CANIL FAUZIBULL que em breve terá novo site e novo nome de canil (Canil Cave Cane) que será adotado exclusivamente para a raça Cane corso. Assim que for atualizado as informações do mesmo, serão atualizados os endereços dos sites para o Canil Cave Cane, hoje Canil FAUZIBULLS: 
http://www.canilfauzibulls.com.br/canecorso/

Imagens históricas do Cane Corso:




Cane Corso utilizado para transporte de medicamentos e depois soldados feridos na campanha da Rússia.


Nikla


Basir


Boris


Claus


Boris


Claus


Claus


Boris






BASIR


Aliot


Basir


Basir


Basir


Bulan


Bulan


Bulan


Bulan


BEZERILLO


♀ ALKE'


Babak ♀


Babak ♀ ♂ + basir (fundo)


Babak ♀


ABAB ♀


BAAL


OTELLO ♂


OTELLO ♂

OTELLO ♂

OTELLO ♂


















Fonte: cinopedia.tipresentoilcane.com
Gallery e didascalie: Federico Lavanche

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O CANE CORSO NA ARTE + FOTOGRAFIA
Esta galeria é dedicada a compartilhar referências históricas do Cane Corso, seus predecessores e contribuintes para a raça atual. Inclui fotos de cães históricos, obras de arte, escultura, pinturas, etc A maioria das fotos nesta galeria são pequenas, datadas e de má qualidade, mas importantes para a história da raça. Também pode haver um punhado de duplicatas. Estas fotos vieram de muitas fontes diferentes, incluindo criadores e entusiastas de Cane Corso. Esperamos que você aprecie esta coleção:

Fontes:
http://www.canilfauzibulls.com.br/canecorso/
http://petbyser.blogspot.com.br/2014/11/cane-corso-italiano.html
http://www.abouttimecanecorso.com/CorsoSecurity.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cane_corso
http://www.canecorsoitaliano.com.br
http://www.canecorsoitaliano.com.br/index.php?page=origens-do-cane-corso
http://caneclub.com.br/2014-08-25-18-48-45/hist%C3%B3ria-da-ra%C3%A7a
http://www.costabelcanecorso.com/history--standard.html

http://www.canecorsoitaliano.com.br/index.php?page=origens-do-cane-corso

Consulte mais informações, fatos ou histórias sobre a raça: 
http://www.mursia.com/index.php/it/animali/cani/casolino-f-gandolfi-s-il-cane-corso-detail
http://molosserdogs.com/m/articles/view/3168-corso-pugliese
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Padrão Oficial da Raça:
http://www.cbkc.org/padroes/pdf/grupo2/canecorsoitaliano.pdf