"Quando ficar sem soldados, lutarei com cães selvagens."
Cimarrón significa um animal que tenha sido domesticado e voltado ao seu estado ‘selvagem’.
Cimarrón Uruguayo também conhecido como Cimarrón Del Uruguay, Perro Criolo ou Perro Gaucho, é a única raça de origem uruguaia reconhecida internacionalmente.
Sua origem, bem como a de muitas outras raças, é incerta. Sabe-se que ele descende de cães abandonados na colônia, cães introduzidos pelos conquistadores Ibéricos, tanto Espanhóis quanto Portugueses durante o descobrimento, a conquista e a colonização da América. Pode ser que descenda do Cão Fila de São Miguel, cujo porte e aparência são muito semelhantes.
Ao cruzarem-se entre si, Mastins, Galgos e Lebréis, foi se constituindo uma raça que é fruto de absoluta seleção natural, sobrevivendo apenas os mais aptos, fortes e capazes. Nesse aspecto sua formação tem a mesma origem e passou pelo mesmo rigorismo que o Cavalo Crioulo, até firmar-se como raça definida. No território da atual República Oriental do Uruguai, situada sobre o Rio da Prata e Atlântico Sul, foi onde subsistiu melhor e com mais tipicidade.
Sua bravura e valentia já eram bem conhecidas no final do século XVIII, quando na época das guerras pela Independência, o General José Gervásio Artigas os imortalizou com a frase: "Quando ficar sem homens, lutarei com cães cimarrones!"
Este cão se tornou selvagem durante a guerra da independência do Uruguai no final do século XVIII, tendo uma população selvagem muito grande, causando problemas aos fazendeiros da região. Como consequência disto o Governo do país naquela época promoveu incentivo para que se exterminasse a raça que se encontrava na natureza e foram mortos mais de 300 mil cães em estado selvagem. Algumas matilhas conseguiram escapar do extermínio e foram domesticadas, selecionados ao longo dos anos e agora estes caninos se tornaram bons animais de trabalho usados como cão de guarda e boiadeiro. Fisicamente podem chegar a pesar 45 kg e medir 61 cm na altura da cernelha.
No final do século XVIII, a economia principal da região, era a exploração bovina e o descontrole populacional era tão acentuado, que o próprio governo do país incentivou a população a exterminá-los, procurando assim reduzir os problemas como os ataques dos cães ao rebanhos da região.
Um padre jesuíta, padre Gervasoni, em uma viagem para as missões do Alto Uruguai e Paraná, em suas cartas Annuas, escrito em 1730 não pode esconder sua surpresa e diz: "Eu não vi em qualquer país, cães em tão grande número." O pai Cattano, outro jesuíta que o acompanhou na viagem, depois de descrever o terrível abate de gado no famoso estábulo, acrescenta: "Seria melhor fazer tais estragos entre os cães selvagens que também se multiplicaram, de modo que em todas as campanhas circundantes existem e vivem em cavernas subterrâneas que se trabalham, e cuja boca parece um cemitério na quantidade de osso que a cercam, e Deus nos livre que, faltando a quantidade de carne que agora estão nos campos, irritado com fome, não acabam por agredir homens." Diante deste perigo, o Conselho ordenou o extermínio, e 300 mil cães foram mortos.
Apesar da campanha contra os cães, alguns fazendeiros logo perceberam que poderiam utilizar as características do cão no trabalho de guarda de suas propriedades e mesmo no pastoreio e na caça a grandes animais como porcos selvagens e javalis e por isso passaram a capturar os cães e domesticá-los novamente. Com isso, não apenas salvaram os cães como também criaram uma nova raça, a partir da seleção natural anteriormente realizada pelas áridas condições de sobrevivência a que foram expostos estes cães.
O Cimarron Uruguaio é apresentado pela primeira vez em uma exposição de cães patrocinado pelo Kennel Club Uruguayo (KCU) em 1969.
Primeira exposição em Cimarron - Melo 1969
A Sociedade de Criadores de Cimarron Uruguayo (SCCU) foi fundada em 1988 para promover a raça que foi reconhecida oficialmente um ano depois pelo KCU e pela Associação rural do Uruguai.
O Cimarron Uruguaio foi reconhecido provisoriamente pela Federação Internacional em 2006 e a Sociedade Central Canina (CCS) em 2011.
O Cimarron Uruguaio é um cão versátil. No Uruguai é usado como um cão pastor, cães de caça para javalis e cão de guarda. A polícia uruguaia também usa Cimarrons.
Nos últimos anos, a raça tem atraído crescente interesse em cinófilos do Uruguai e no exterior, e há exemplares da raça em muitos países e alguns criadores na Argentina e no Brasil e na Europa.
Em 21 de Fevereiro de 2006, a raça uruguaia Cimarron é oficialmente reconhecida pela FCI, com o reconhecimento temporário da raça a nível internacional.
O Cimarron atualmente é um símbolo e mascote do Exército Nacional do Uruguai, tendo um lugar especial no desfile militar anual de 18 de julho.
A única raça nativa do Uruguai, também é chamado de "crioulo" ou "Perro Crioulo" na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.
Fontes: Estância dos Jacarandás; Cimarron Uruguayo; Kennel Clube do Uruguai, Sociedade de Criadores de Cimarron Uruguayo.
Padrão da Raça:
Você pode encontrar mais informações no site do Clube Cimarron, Sociedade de criadores uruguaios Cimarron, KCU e nos endereços abaixo:
Cora de Gagriella Hurtos - treinada em obediência, rastreamento e proteção desde a idade de 8 semanas. O macho é Tinu de Aqueronte. Ambos os cães são excelentes cães de guarda!
Gabriella Hurtos
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